segunda-feira, 13 de abril de 2009

A Páscoa Subversiva de Dandara

Antes de Jesus, o povo celebrava a Páscoa em memória a saída do Egito, a chegada à terra prometida. Páscoa é passagem, travessia, como nos diria Guimarães Rosa. A verdade se põe pra gente é no meio do caminho. Em meio aos mares revoltos e as cruzes do nosso mundo, onde a crise financeira (na verdade uma crise do sistema de morte) sobrecarrega os oprimidos com fardos maiores, eis que um sinal da vida que resiste brota no chão de Belo Horizonte. Dandara é resultado da mobilização e trabalho árduo de todos os movimentos envolvidos, mas antes de tudo a materialização das esperanças de mulheres e homens que realizam sua travessia em busca da
terra prometida, da terra sem males. Terra que não é obra mágica e unilateral de um Deus milagroso, mas resultado das lutas e suor de tod@s que comungam a certeza que o Divino se torna presente onde a vida é respeitada.
Não há ressurreição sem a passagem pela cruz, sem travessia. Dandara é ao mesmo tempo ressurreição e travessia. Sinal concreto que novos céus e terras estão por vir. Estes não nascerão da benevolência dos poderosos, mas da luta do povo a caminho.
Viva Dandara, Viva a Povo que Luta!
Amém! Axé! Awere!
Emmanuel Almada
Grupo Aroeira – Ambiente, Sociedade e Cultura